Para a 4ª edição da Casa TPM,
confesso que não tinha grande expectativa; ao contrário do que aconteceu no ano
passado, quando, devido ao sucesso da 2ª edição da Casa TPM, da qual
participaram feministas importantes como Clara Averbuck, Nadia Lapa e Elisa Gargiulo, eu estava
bastante curiosa para participar.
O
local do evento foi o mesmo dos anos anteriores, o Nacional Club. Um
lugar muito chique, bonito e bem localizado: no aristocrático bairro do
Pacaembu, com sede à Rua Angatuba, 703. É um dos clubes sociais mais
tradicionais de São Paulo, fundado na década de 50, para congregar a elite dos
homens de negócios de São Paulo. Ou seja, era um ‘clube dos bolinhas”. Por isso, só em saber que o local havia sido
“concebido” para que apenas homens o frequentasse, já torna o local “especial”
para esses eventos proporcionados pela revista TPM!
Agradeço especialmente às
meninas das Relações Públicas: Luiza Nascimento e Monalisa Oliveira pelo
convite e também a todos aqueles que organizaram e trabalharam no evento. Afinal,
um evento desse porte deve dar uma trabalheira danada e, mais uma vez, a
recepção estava impecável.
Mas, obviamente, o que mais
interessava no evento eram os conteúdos dos debates e de seus convidados/convidadas.
Só que, desta vez, como eu disse, não estava tão empolgada quanto no ano
passado. Por isso, quando a lista dos participantes foi divulgada no site da
revista, apenas um ou dois dias antes do evento, fiquei feliz ao saber que a
Juliana Faria, do Think Olga, e a atleta Joanna Maranhão participariam de um
dos debates: Empoderamento feminino na internet.
Os assuntos principais da Casa TPM deste ano
foram a relação da mulher com a tecnologia e o consumo consciente. E como
convidad@s para os debates, foram levadas personalidades como: Monica Moreira,
Carmita Abdo, Miá Mello,
Milly Lacombe, Geisy Arruda, Karina Buhr, Ronaldo Lemos, Maria Ribeiro, Bia Paes Barros, Arthur
Bueno, Renata Leão e as já citadas Juliana Faria e Joanna Maranhão, entre
outros. As apresentações musicais ficaram por conta de Marcelo
Jeneci e Ana Cañas.
Ainda assim, eu senti falta de mais
personalidades reconhecidas na luta feminista. Mas, ao menos no primeiro dia do
evento (não fui no segundo dia), os debates foram realmente bons e
bem-humorados.
Segundo Joanna Maranhão, sobre
“a importância de participação num evento como o da Casa TPM”, ela me disse o
seguinte:
Eu procuro estar sempre presente (desde que
seja possível conciliar com os treinos) em eventos que abram espaço para
mulheres e verbalização, o que fazer com o espaço que estamos conquistando,
saber usar essa liberdade e expressar nossos pontos de vista. Me sinto
realizada quando surgem oportunidades como essa. A TPM é a cara da mulher
independente, autônoma, mas isso não quer dizer solitária, porque ninguém faz
nada sozinho. Mas é a cara da mulher segura e que busca o melhor pra si, me
identifico com isso.
Fiz a mesma
pergunta para Juliana Faria, mas, até o momento que conclui esse texto, não havia
recebido um retorno dela.
Concluindo, apesar de ter
considerado mais qualificativos os debates promovidos neste ano na Casa TPM,
volto a argumentar que uma revista como a TPM, que sempre teve essa “aura”
feminista, e é contra clichês femininos e “velhos estereótipos, que cismam em
se reinventar desde o tempo de nossas avós...”, que diz que é contra “qualquer
tentativa de enquadrar a mulher em um padrão, cercar seu desejo e diminuir suas
possibilidades”, não deve mudar o foco e ceder às velhas formas publicitárias
de outras revistas, que tanto critica; corretamente, claro! Portanto, fica aqui
o meu apelo para que, nas próximas comemorações da revista, convide mais
pessoas que possam representar os anseios feministas.
Nota: O evento ocorreu nos dias 29
e 30/08/15.